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segunda-feira, 25 de junho de 2012

A sintaxe da realidade


Mal as coisas se pronunciam
E já declinam sobre o real
Deixam de ser
Tento em vão perpetrar
Mas é o fim que propago
É o fim...
Meus sentidos pedem a inércia
Me enganam e morro pelo inimigo
O mais próximo que se diz amigo
Que só me fere por ter entrado
Pela porta da frente que eu abri
Toma-me sem pedir o que a princípio
Deveria ser apenas meu
E por fim aniquila-me sem morte
Seja lenta ou honrosa
E as palavras se calam
Todas
vi que mal preciso das palavras
Antes muda e cega
Para não interagir com esse mundo cão
Se acho favo é mais que amargo
O diáfano da leveza pálida e viscosa
É mesmo o silêncio

SMS

Recebi seu recado no meio da noite, mas não consegui ouvir o grito...
Você queria cantar pra mim aquela canção que você adora...
Queria abrir seu coração, e fechar seus olhos para esse lugar sem graça.
Você me disse tantas vezes que queria transpor o muro, e viver do outro lado...
Eu achava que era apenas rebeldia adolescente, mas você cresceu, de dentro pra fora, e sua tristeza continua, sua insatisfação com a vida, com as coisas e com as pessoas...
O fascínio pelo álcool, sua escravidão.
Tantas vezes falei, olhando nos seus olhos, que não era por ai, mas você não quis saber, e caminhou a esmo tentando encontrar algo que preenchesse esse vazio tão cheio de expectativas.
Nada poderia...
Nessa jornada tortuosa e ao mesmo tempo prazerosa, você descobriu aquela luz de que eu tinha falado que me iluminava sempre, e enchia meu coração de sentimentos bons.
Aquela luz que queimava meus olhos quando você não estava sentado ao meu lado, também queimou os seus, você também a sentiu e a viu se apagar lentamente, dia após dia, enquanto esperava pela partida.
Você quis se despedir tantas vezes e de tantas formas diferentes, sempre pensando em não me magoar, mas eu nunca conseguia ir embora de verdade, e continuava tentando te tocar, te alegrar, te fazer feliz.
Agora finalmente descobri que só é feliz quem quer ser.
Só se é feliz quando se encontra algo grandioso, inesquecível, constante.
Alguém que nos faça falta, que esteja sempre presente.
Pensamentos bons...
bons momentos.
Então por que não conseguimos ser felizes juntos?
Sim, tinha sempre aquele alarme nos lembrando de que não, não, não...
Não era a hora, não era o lugar, não era pra ser...
Ponto

Um estopim {meu verso}

Memórias à beira de um estopim,
Ou de como vivemos de negações para colher afirmativas
{como uma mão aberta esperando um cumprimento que não vem}
Memórias a guisa de um motim,
Ou de como o fato de existirmos já anula a existência de Deus
Memórias à beira de um estopim,
Ou de como a lágrima que não derramei
Pelas torres gêmeas são verdadeiras
Memórias à beira de mim mesmo,
Ou de como, em mim mesmo,
Sou memórias e fatos – sou concreto e acontecimentos
{como uma boca aberta esperando um beijo que não vem}
Memórias a guisa de um motim,
Ou o motim em torno de minhas memórias?
: explodo?
Estopim à beira de minhas memórias,
Ou de como o pavio descansa em minhas mãos
– e o fogo em tuas
: explodimos? !
{como uma trincheira aberta esperando a granada que vem}
Memórias a...

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Ainda te amo ...


Tudo ilusão...
Um amor desse tamanho não se mata assim.
Sonhei tantas vezes com o momento de te deixar que cheguei ate odiar.
Amava-te e te odiava te odiava, mas te amava.
 E te sufocava com meu desejo.
E me viciava...
 E me afogava...
E me afundava...
Eu estava doente de você.
Passa, isso passa com o tempo, você dizia.
Hoje tenho que dizer que tens razão.
Ainda te amo.
Mas calmo suave, mas ainda te amo.
Não me permito amar outras pessoas.
 Por quê?
Ainda te amo...
Loucamente!
Mas me permito viver sem você.
Mas existo pra mim.
Mas infelizmente...
 ainda te amo.

Na escuridão

Na escuridão...
Escondo- me
não sei para onde ir, estou perdida
quero chorar...

Mas as minhas lagrimas não se libertam...
Que raiva sinto por existir
apenas estou sozinha no meu mundo

 Na escuridão desse mundo...
À procura de alguma paz,
que desesperada procuro
e cada vês mais desesperada
minhas lágrimas se libertam
encontrando caminho na minha face pálida
agora já não estou só
tenho a minha querida tristeza
caminhamos na escuridão das trevas
a procura de amor...

O lado negro...


Eu sou o fogo que queima dentro de seu sangue
Eu sou o anjo de seu desejo...
Queimando na noite gélida
Nada na Terra pode me tirar de sua cabeça
Esqueça o passado, viva apenas para esta noite
Descanse meu amor, deixe os problemas fugirem
Me deixa ser a única que te pertence por inteiro
Abrace-me doce menino
Deixa-me alucinada, deixa-me suada, deixa-me febril
Face divina, corpo ardente
Poder diabólico, olho guloso
Me possui, mim atormenta, mim fascina
Eu deverei retornar quando o dia escurecer.

sábado, 16 de junho de 2012

O tempo é guardião

Cada palavra tua...
Ficou em minha mente...
Cada sorriso...
Ficou dentro do meu coração...
Onde não há espaço para escuridão...
Então cada momento por mais que tenha sido pequeno...
Ficou registrado em nossa memória...
Pois mesmo que o amor tenha me magoado...
Valeu a pena ter podido ficar com você...
Por pouco tempo...
Pois aprendi que não podemos ter tudo...
Não podemos amar literalmente e esquecer do mundo...
Temos que amar o pouco que o destino nos dar...
Ou a metade...
Nada é definitivo ou completo...
Por isso temos que aproveitar os momentos que a vida nos dar...
E amar na medida...
Para lá na frente não sofrermos...
Por ter amado demais...
Até o amor precisa ser dosado...
Para a dor não fazer parte de nós...
Como já fez...
E mutila como nunca...
Mas o tempo é guardião...
E a dor não será sempre nossa companheira...
Uma hora suaviza...

Somente...

A fuga que encontro é dentro de mim...
Quando a minha voz silencia...
Pra eu ouvir o meu coração...
Que está cheio de saudade...
E não suporta mais essa ausência...
Fazendo-me chorar...
E minha alma sangrar...
Tenho que buscar conforto...
Mesmo que eu esteja sem esperança...
De contemplar um novo amanhecer...
Mas é em mim que vou me refugiar sempre que estiver fraca...
Pra ter forças pra continuar...
Por mais que esteja nostálgica de tanta saudade...
É na eternidade que vou te amar...
Somente...

Fora de mim


Cada palavra que escrevo o meu coração sente...
Ele chora e silencia...
E o tempo há de anestesiar a minha dor...
Eu espero que tudo que estou passando acabe logo...
Não tenho mais condições de sofrer...
Sinto que uma hora eu vou parar...
Preciso ter essa liberdade...
Porque o amor me aprisionou...
Fazendo a solidão ser minha companheira...
E essa dor vai me matar...
Se eu não acabar com ela...
Minha alma expressa as minhas lágrimas e tristezas...
Minha memória as lembranças...
E eu sempre a saudade...
Que falo tanto...
Mas tenho que fugir...
Para tua ausência não me ferir mais...
Preciso de um canto tranquilo...
Onde possa ir e me fortalecer...
E por um tempo me esconder...
Pra ninguém me ver...
Quero voltar quando estiver curada...
E não terei mais medo de sofrer...
Porque estarei protegida...
E o amor que me sangrou...
Estará fora de mim...

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Lacunas...

Cada palavra dita...
Está no silêncio que adotamos
É um refugio...
Que a alma quer calar
Pois não querer mais fala
Ela cansa de expressar
A dor que vive em nosso coração
Pois a saudade vem
E a sentimos...
Por isso nos fechamos
Como se fosse uma fuga
Ou uma defesa contra ela
Para a ausência de quem amamos
Não entrar em nossa ausência
Pois a perda está naquilo que não acreditamos mais
Está no silêncio que só nós permitimos estar
Numa solidão que precisamos percorrer
Em longas noites
Para ficarmos apenas com nós mesmos
Sofrermos em nossa própria companhia
Ficarmos com o fardo da dor...
Para que nós possamos resistir a ela quando vier
E fingirmos que ela não está mais em nós
Temos que às vezes mascarar
Até ser abortada pelo tempo
Fugir é um resgate
É saber sobreviver com o que nos cabe
Portanto a saudade às vezes nos traz lágrimas e sorrisos
Ela existe...
Não há como mudar...
O que podemos fazer é esconder a tristeza ou alegria
Para que lacuna um dia substitua
Pelo que nos privamos de viver
Por nos concentrarmos somente na dor
E eternizarmos o que a memória quer esquecer
Temos que nos libertar...
Para que o desconhecido que mora dentro de nós
Durma para sempre...
Que são as vozes, gritos e suplicas
Isso não é nosso
Simplesmente veio para dosarmos
E até para aprendermos a absorver
Ou dizer que não nos pertence...

Desapego...

Vou me defender da dor que se instala dentro de mim...
E vou esconder lá no fundo o que me mata
Para a mágoa não insistir em me sangrar
Esse amor me trouxe muitos sorrisos e muitas lágrimas também
Ainda choro por seu desapego
E me refugio no meu coração
Pra eu ficar perto de você
Porque é onde ouço tua voz no meu silêncio...
E minha alma passa a ser tua de novo
Só que preciso me resgatar no meio de tanto vazio...
E sair desse lugar onde me aflige e me desespera
É lá que nos separamos
E deixamos nosso amor aprisionado
Tenho que te salvar
Pra eu me salvar
Porque não aguento mais sofrer...
Por isso trarei de resistir a você
Quando vier tua lembrança na minha memória
Eu terei de fugir desse vale da saudade
Para essa tristeza não me ferir
Então vou esconder
Dentro de mim...
Onde tuas palavras não terá espaço para me partir!

salvação...

Essa tua ausência em mim...
Faz o meu coração morrer
Porque vem junto com seu silêncio
E a saudade invade minha alma
Ela passa a fazer moradia dentro de mim
E minha memória te guarda como sempre
Eu volto ao passado...
E me debulho em lágrimas só de me lembrar de você
Essa dor de esperar você voltar para meus braços
Me sangra...
Pois é ilusão...
Sei que foi para nunca mais voltar
Tenho que me conformar...
Porque se você partiu...
Significa que nunca foi meu
Então não perdi...
Mesmo assim tenho que me consolar
Minha sombra já basta
Minha guardiã e companheira
Ela me segue no escuro
E me conforta quando a solidão bate
Mas tudo que estou passando
Um dia o tempo será meu aliado para felicidade
Porque encontrarei a liberdade
E te deixarei por toda eternidade
Naquele vale da tua ausência
Calará a sua insistência
E desconhecerei a sua existência
Na voz da minha consciência
E me salvarei dessa insolência

domingo, 10 de junho de 2012

Memória

A dor fragiliza a minha alma...
Pois é na ausência que a sinto...
O silêncio me visita...
E o coração chora...
Porque é na saudade...
Que fujo daquilo que me sangra...
É onde te sinto em mim...
Eu não sofro por causa dela...
Apenas volto para o lugar pra te reencontrar...
Ou seja, dentro de mim...
Lá ouço você falar comigo...
Você me abraça e consola...
Sua companhia é meu conforto...
Sei que não estou sozinha...
Você convive no meu ser...
É na solidão que me refugio...
E me deparo com nós dois...
Só existe a nostalgia do escuro...
Mas voltamos a nos amar...
E esperamos a liberdade do amanhecer...
Porque um dia temos que nos separar...
Já nos doamos demais...
E já estivemos aprisionados um no outro...
Agora é hora de abortarmos a dor ou enterrarmos no passado...
Ou deixarmos o nosso amor...
No canto da memória...
Quando quisermos reviver...
Cada momento...
E se vier esse tal silêncio...
É só escondermos dentro de nós...

Medo

Quando há medo do nada...
É por que do nada que fazemos a nossa morada...
Quando há medo do esperar...
É por que esse amor não voltará...
Quando há medo do partir...
É por que queremos seguir outros passos...
Não devemos ter medo de ir encontro o que foi destinado para nós...
Porque na ausência...
Surge a saudade...
E no silêncio...
Tua presença...
Que sinto cada palavra no meu coração...
E me joga na solidão...
Com a minha confissão...
No meio da escuridão...
Eu converso...
Com minha alma...
E o vazio me abraça...
E ouve a voz que habita nas minhas perguntas
Somente revelando...
Quando houver o que me oferecer!

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Simplesmente uma Borboleta