A Poesia deixou minha casa,
foi-se brava porta a fora, saiu depressa e zangada, dizendo já vou embora, vou
cantar novas canções, encantar mil corações, Que esperam por mim agora.
Ela que morou comigo, que foi
minha companheira, em noites de grande alegria, sempre bela e faceira, quis
trilhar novos caminhos, quis sentir outros carinhos, viver de outra maneira.
Foi um baque para mim, suportar
tanta maldade, com esta separação, quase morro de saudade, mas segurei esta
barra, com toda força e garra, que guardo no coração.
Soube por outras pessoas, os
lugares que ela visitou, transpôs rios e florestas, até oceanos cruzou, morou
em várias cidades, com gente de toda idade, levando a vida em festas.
fez de tudo que queria, amou e
se fez amada, abusou da imaginação, como uma diva inspirada, teve príncipes
encantados, cavaleiros e soldados, morando em seu coração.
Agora diz quer voltar, quer
reatar a parceria, que um dia abandonou, e me enche de alegria, pois amo sua
presença, e volta com minha licença, para o lugar que ocupou.
Mas como é de costume, com
gente de altivez, sei que um dia qualquer, que acabar a Inspiração, ela faz o
que fez agora, e se manda porta fora, pra retornar outra vez.