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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Lacunas...

Cada palavra dita...
Está no silêncio que adotamos
É um refugio...
Que a alma quer calar
Pois não querer mais fala
Ela cansa de expressar
A dor que vive em nosso coração
Pois a saudade vem
E a sentimos...
Por isso nos fechamos
Como se fosse uma fuga
Ou uma defesa contra ela
Para a ausência de quem amamos
Não entrar em nossa ausência
Pois a perda está naquilo que não acreditamos mais
Está no silêncio que só nós permitimos estar
Numa solidão que precisamos percorrer
Em longas noites
Para ficarmos apenas com nós mesmos
Sofrermos em nossa própria companhia
Ficarmos com o fardo da dor...
Para que nós possamos resistir a ela quando vier
E fingirmos que ela não está mais em nós
Temos que às vezes mascarar
Até ser abortada pelo tempo
Fugir é um resgate
É saber sobreviver com o que nos cabe
Portanto a saudade às vezes nos traz lágrimas e sorrisos
Ela existe...
Não há como mudar...
O que podemos fazer é esconder a tristeza ou alegria
Para que lacuna um dia substitua
Pelo que nos privamos de viver
Por nos concentrarmos somente na dor
E eternizarmos o que a memória quer esquecer
Temos que nos libertar...
Para que o desconhecido que mora dentro de nós
Durma para sempre...
Que são as vozes, gritos e suplicas
Isso não é nosso
Simplesmente veio para dosarmos
E até para aprendermos a absorver
Ou dizer que não nos pertence...

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