Nestas horas mortas que a noite cria...
Entre um e outro verso do pavoroso poema
Que sob a pálida luz de uma vela eu lia que
me chegavam antigas lembranças de um dilema.
Quanto amargo e dissabor o silêncio produz!
Entre as sombras vacilantes da noite, de
formas indefinidas, que sobre minha cabeça pairam aves e outras criaturas
aladas que de infernal recônditos alçam voo até minha mente, a perturbar Minh
‘alma.
Essas formas indefinidas das sombras
criadas pelo medo, Ocupando o vazio do meu ser...
Preenchendo o que antes era de sentimentos
sublimes e, agora, somente o sentimento de dor.
O que antes era alegria, agora é tão
somente o dissabor.
Que pena paga um condenado pelos
sentimentos!
Oh, agonia incessante.
Que martírio mais terá que suportar?
Como um medo tão latente do desconhecido,
pode tanto me apavorar?
Será do vazio de minha alma que sinto medo?
Ou do esquecimento do meu ser, por outro já
amado?
Não é do fim da vida que treme minha alma,
mas do fim do sentir-se bem eterno.
Não mais existir não é tão doloroso quanto
o existir sem ser notado...
Ou amar sem ser amado...
Ou perder o que jamais será recuperado.
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