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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Apenas perdoe-me


O vento sopra sem direção
lá fora a noite surge sem avisar
há estrelas no céu
e há flores na estrada
mas aqui dentro o frio é constante.
Fecho os olhos para dispersar essa saudade
alimentando de sonhos os meus pensamentos incertos
que insistem em procurar pelos versos
mas só há o vazio
a solidão.
E as horas passam
os dias avançam violentamente
dilatando a distância que ameaça meus passos.
Queria apenas sentir a magia das palavras
aquelas que me envolve, me encanta
e acalma meu coração inquieto
mas o silêncio é ardente
nas janelas que se fecham,
não encontro os sonhos que escorrem pelas letras
só o escuro e triste som do vento
que sem direção sopra em qualquer lugar...
Queria...
como eu queria...
ouvir os ecos daquela doce voz
que de tão calma me conduziu ao desconhecido
de primaveras e sonhos de verão...
queria o sorriso desenhado
o olhar sedento
e o carinho das mãos
como eu queria...
o murmúrio de uma canção
os sussurros de uma melodia
e uma palavra que reage a essa brisa.
Agora é o egoísmo que domina
e me faz insistir em buscar
mesmo sabendo que é a vida que chama
a conquista de sonhos incontáveis...
E perdoe-me meu amor, por tão insanidade
por desejar-te cada segundo
por esses ecos que invadem a verdade.
Perdoa-me pelo ciúme indomável
que acelera minhas mãos em palavras sombrias
que te chama em teu recanto
e perturba teu silêncio...
Perdoa-me porque sei que virás
e por isso te espero intensamente
mas já não consigo conter a ansiedade de te ver chegar...
Perdoa-me pelas palavras infantis
pelo desespero de criança...
Perdoa-me por te querer
por me entregar a esse vento sem direção
por te procurar nas janelas que não podes aparecer...
Apenas perdoe-me
pela noite tão vazia
enquanto não estás aqui!


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