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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O meu mundo

São seis horas!
Deitado estou em minha cova
Micro vida, micro mundo...
 Esse é meu refúgio..
habitado por mim, visitado por ninguém
Quarto meu!
Reduto de morcegos, animais peçonhentos.
Retratos de sons e imagens feitas pelos ventos
Meu mundo de idéias,
 lamúrias e nostálgicos inventos
Casulo meu!
Aqui vejo minha transformação,
meus pés saírem do chão voando com o pó
Não sou só... Vivo com meus “eu S”.
Tecendo desejos que recobrem as palavras,
desatam perguntas e criam estradas
Anátemas palavras!
Não as domino, nem as domestico...
 Por que arrancam de mim sentimentos e emoções,
desmatando minha floresta?
Oh floresta de insinuações!
Quarto meu! Dias de glória...
Noites perdidas, roubadas pelo esquecimento.
Aprisionadas pelo tempo.
No inverno surge a angústia,
cria-se o vício brota a astúcia
Mudanças! Mobilhas novas; Velhas lembranças. Arte em tudo...
Quarto ouvinte, quarto mudo
Um velho sábio, um bom observador.
Astuto nos sorrisos; com padecente, um vingador
Um suspiro ele dá, roubando o meu ar.
Janelas se fecham e ninguém pode entrar
A porta não abre a porta não fecha...
Existe entre os tijolos, e ao lado uma mesa
Mesa de livros, sabres, conhecimentos.
 Mesa de paz, guerra, cóleras e embotamentos
Esse é meu quarto! Na terceira dimensão...
 Profundo, largo, espaçoso e tenebroso
Não há teto, não há piso.
O telhado é formado de sonhos, e esse chão um belo sorriso
 Entre se for capaz!
  Prepare-se com a dor.
  Vista-se com a vergonha
 Abra a porta e veja as coleções.
  Anjos, diabos, vultos e intenções
 Não se assuste!
 Observe...
 debata, mas nunca discuta

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