topbella

segunda-feira, 18 de abril de 2011



Eu estou me sentindo sozinha, mesmo com uma multidão por aqui. Já senti isso tantas vezes que até reconheço o aperto no peito, os olhos vazios. As mãos que insistem em compor navegam pelas letras picadas, que não fazem mais sentido e, há algum tempo já não há sentido mesmo nessas palavras repetidas, o silêncio do lado de dentro permanece...
As brumas da manhã inventam paisagens novas, onde havia um horizonte solitário permanece o vazio, como dentro de mim, que está frio. Paisagens não trazem a beleza dos pássaros e sim piados mórbidos de uma manhã gelada. Sinto a brisa sobre mim, sinto a vida do lado de fora.
Algo se quebra diante dos meus olhos foscos, passo a ver os sonhos em cacos despedaçados pelo orgulho que sobrevive e sufoca na garganta. O olhar turvo se perde mais uma vez, mas eu insisto em procurar, persisto em prosseguir. É só mais um sonho que se parte de mim, já me acostumei com o vazio dentro do peito e, não há porque voltar aqui. Eu olho em volta e os pensamentos buscam um ponto de apoio, vejo como as coisas passam rápido por mim, vejo como o gosto ainda fica na boca, a vontade de continuar, pela estrada vazia, sem jardins...
Estou me sentindo sozinha, mesmo com uma multidão por aqui...
Intento em querer respostas sem as perguntas certas é o vazio que me incomoda, as lembranças que me sufoca e me faz querer gritar ao desconhecido, ao horizonte partido... I
ntento em querer respostas que sei que não irá me satisfazer, mas meu corpo pede, minha mente pede pelas respostas sem as perguntas certas.
As palavras se repetem e não dizem nada. A vida ainda está amanhecendo o dia, as pessoas correm...
Eu fecho os olhos devagar e sinto o vento. Sinto o cheiro suave que ele trás, o gosto das lembranças que permanecem. E foi por tão pouco tempo que não entendo como um olhar tão profundo tomou conta de mim. Eu até pensei em seguir juntos nesse caminho distante, mas a essência da vida é partir, sozinho, quando se tem vontade de ficar.



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